O prefeito de Rio Verde, Paulo Roberto Cunha, participa hoje, às 19 horas, em Mineiros, na Fundação Integrada Municipal de Ensino Superior (Fimes), de um debate sobre a Utilização Responsável dos Recursos da Terra.
O evento está sendo promovido pela Fimes e contará ainda com a participação do secretário de Planejamento de Mineiros, Gutenberg Viana, e um representante da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg). O prefeito Paulo Roberto vai falar sobre políticas públicas para o desenvolvimento do município.
Limites Essa discussão acontece justamente no momento em que os produtores de Mineiros lançam um movimento para limitar a área que será coberta por canaviais. O argumento dos produtores é o mesmo que levou o município de Rio Verde, no sudoeste goiano, a impôr o limite de 50 mil hectares para formação de canaviais. Eles acham que o avanço da cana na região vai comprometer a produção de grãos e a agroindústria formada para o processamento de soja, milho, sorgo e algodão. O município de Mineiros receberá duas usinas de etanol com capacidade para processar 3 milhões de toneladas de cana cada. A primeira usina entrará em operação em 2009 e a segunda, em 2010. Os projetos são bancados por um grupo internacional de investidores que formaram no Brasil a Companhia Brasileira de Energia Renovável (Brenco). A empresa é comandada no País pelo ex-presidente da Petrobrás Henri Philippe Reichstul. Segundo Reinaldo Schreiner, membro da Cooperativa dos Produtores de Algodão de Mineiros e delegado da Associação dos Produtores de Grãos do município, na quinta-feira, os produtores irão apresentar uma proposta que reduz a ocupação da cana no município. A proposta ainda não foi aberta, mas a idéia é fazer com que a prefeitura imponha limites à formação de canaviais, como em Rio Verde. As duas usinas vão precisar de 70 mil e 80 mil hectares de cana. A área ocupada por grãos na cidade chega a 135 mil hectares. Essa área abastece uma estrutura de engorda de aves (que são abatidas num frigorífico instalado na cidade), além de duas fábricas de processamento de algodão. A cidade ainda tem um frigorífico de bovino com capacidade para abater 1,2 mil cabeças por dia. ''''O que queremos é discutir um arranjo produtivo local que dê garantias a agroindústria de grãos e que imponha um limite para as usinas'''', diz Schreiner. Eduardo Ieda, vice-presidente industrial da Brenco, disse ontem que a chegada da companhia significará ''''mais uma oportunidade para os produtores'''' locais e que o desconforto decorre do fato de a companhia cobrir os valores negociados entre os produtores de grãos e as agroindústrias. ''''É normal haver este descontentamento, mas isso faz parte de uma negociação de mercado.'''' Segundo ele, a empresa já possui uma área de 27,3 mil hectares, a maior parte comprada e uma parte menor arrendada. As áreas preferenciais são as que têm pequena inclinação. Isso vai assegurar o uso do corte 100% mecanizado.