Produtores e representantes do setor cotonicultor (algodão) estão preocupados com a implantação e o avanço da cana-de-açúcar em Goiás. A cultura em expansão já chegou ao Sudoeste goiano, uma das principais regiões produtoras de algodão hoje. Mineiros, Rio Verde e Chapadão concentram grande número de cotonicultores. Visando estreitar relações com a Secretaria estadual de Agricultura e buscar soluções para as dificuldades enfrentadas pelo setor, lideranças se reuniram na manhã de hoje, na Casa do Algodão, com o secretário Leonardo Veloso (Agricultura).
No encontro, o titular da pasta afirmou que a secretaria pretende contribuir para o crescimento e desenvolvimento do algodão, apoiando medidas defendidas pelo setor, como aprovação do uso de transgênicos e genéricos. “Defendemos a bandeira dos transgênicos com os inseticidas e herbicidas por ser fundamental na redução dos custos de produção”. Sobre a possibilidade da cana se tornar ameaça ao setor algodoeiro, Leonardo Veloso aposta em ordenamento e organização da expansão da cultura no Estado. Ele aposta na diversidade como principal fator responsável por Goiás estar a frente do agronegócio brasileiro.
O presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Haroldo Rodrigues da Cunha, aponta que as principais dificuldades enfrentadas hoje na produção e comercialização do algodão é o câmbio chegando a R$ 2, a ameaça da cana e os elevados curstos de produção, que acabam por tonar o algodão pouco competitivo no mercado. “Com esse atual cenário, temos que estar sempre com produtividade recorde para conseguir competir com as outras culturas. Estamos lutando para diminuir os riscos da migração para cana e acreditamos em uma perspectiva de crescimento”.
Estavam presentes na reunião o coordenador do Fundo de Incentivo à Cultura do Algodão em Goiás (Fialgo), Osvaldo Fiúza; o presidente da Fundação de Apoio a Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário de Goiás (Fundação GO), Washington Luiz Posse Senhorelo; o presidente da Cooperativa dos Produtores de Algodão do Estado de Goiás (AllCotton), João Matos; o diretor-superintendente do Sebrae Goiás, João Bosco Umbelino dos Santos, e representantes do setor de algodão do Estado. Seagro
Cenário goiano - O presidente da Agopa aposta na melhora do quadro com a ajuda da Seagro e órgãos vinculados. Com 78,4 mil hectares de área plantada, Goiás ocupa o 3º lugar no País em produção de algodão, perdende apenas para Mato Grosso (MT) e Bahia (BA).