Em reunião realizada em Brasília, na manhã de ontem (30/01), que discutiu o relatório das vistorias das propriedades exportadoras de carne, exigência feita pela União Européia (UE) para que o Brasil continue exportando ao bloco, os participantes condenaram a decisão da UE em selecionar apenas 300 propriedades das 2681 em conforme. Participaram do encontro o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, o secretário de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Inácio Kroetz, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), das indústrias, das secretarias estaduais de Agricultura, além do secretário Leonardo Veloso.
Ele ressaltou durante a reunião que é imprescindível que a UE apresente as regras claras para importação da carne brasileira e que estas sejam apresentadas antes da missão ao Brasil, marcada para o dia 25 de fevereiro e não mais em março, como estava programada. Além disso, a inclusão das 2681 propriedades brasileiras vistoriadas e em conforme com as exigências no grupo das habilitadas à exportação, dentre elas 1065 em Goiás. "Caso essa inclusão não ocorra, o governo brasileiro deverá se reunir com o setor produtivo, indústria e demais interessados para avaliarem se o País vai continuar ou não exportando para a UE", afirma. O secretário destacou ainda o empenho das equipes do Estado em conseguir concluir o trabalho, destacando que 82% das propriedades receberam a visita dos técnicos.
Dos seis Estados que receberam as vistorias, Goiás ficou em segundo lugar no número de propriedades Eras em conforme, com 48% (1065), contra os 52% (1144) não conformes, dentre as 2209 vistoriadas. Em primeiro lugar ficou Minas Gerais, em terceiro Rio Grande do Sul, seguido de Mato Grosso, Espírito Santo e Santa Catarina. Leonardo Veloso afirma que as questões a serem resolvidas agora são de ordem burocrática. "Não existem pendências sanitárias. O que está em cheque é a credibilidade da rastreabilidade, como problemas de documentação".
O ministro anunciou que novas auditorias serão realizadas nas propriedades em conforme e o relatório será entregue pelo governo brasileiro à UE até dia 15 de fevereiro. "Ele pretende tirar qualquer dúvida em relação às vistorias", aponta Leonardo Veloso. Para o secretário, o embargo anunciado hoje pela UE, indefinidamente, da importação da carne brasileira ao bloco pode acarretar prejuízos aos que investiram e ao mesmo tempo levar o setor produtivo à reflexão, juntamente com o governo brasileiro, para que tomem uma posição.
Mais informações no site do Mapa (www.agricultura.gov.br).
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