Pelas conversas com moradores de Jataí (GO), o “boom” econômico da cana ainda não aconteceu, mas já há os primeiros indícios.
Para Glaucinéia Ferreira Nogueira (foto), gerente de unidade de uma rede de material de construção, 2008 deve ser o melhor ano de vendas.
Segundo ela, é difícil fazer uma comparação com o ano anterior porque “2007 foi excepcionalmente fraco. Os produtores tiverem problemas com a safra”. Mas, se comparado com 2006, o movimento deste ano é surpreendente, segundo ela.
“Todo mundo está comprando mais. Moradores da cidade, gente de fora, empresas e até usinas são nossos clientes”, diz.
Apesar dos bons negócios, como moradora da cidade, Glaucinéia diz se preocupar com a entrada da cana. “A gente vê o que aconteceu em algumas outras cidades e temos medo que o dinheiro da cana não fique aqui, que os trabalhadores, de outros estados, do Nordeste, mandem as economias para a família lá na outra região. Tenho medo de Jataí ficar baseada na monocultura também”, diz.
Visão semelhante tem a dona de posto de gasolina Patricia Peres. Segundo ela, o movimento, a partir do segundo semestre do ano passado, é 15% maior do que sempre foi. “Vejo muita gente de fora também. Antes, eu conhecia todos da cidade. Agora é comum ver vários rostos desconhecidos.”
Sobre a chegada de quatro usinas na cidade ela diz: “Nós queremos desenvolvimento, mas não queremos destruição. Vamos ver o que a cana tem para trazer.”
Texto e foto: Isabelle Moreira Lima
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