De São Paulo - FSP
O secretário da Saúde de Goiás, Cairo de Freitas, alertou hoje que só devem procurar os postos de saúde para vacinação contra febre amarela as pessoas que não foram ainda imunizadas, e revelou um número assustador: "Estimamos que cerca de 975 mil pessoas em Goiás já se vacinaram em duplicidade, o que é desnecessário". Ele alertou ainda que foram confirmados casos de epizootia (morte de macacos por febre amarela silvestre) em 67 municípios goianos. Em 2008, foram confirmados oito óbitos em Goiás por febre amarela e duas mortes suspeitas ainda aguardam confirmação de laudos.
Cairo informou que há quatro casos de pessoas internadas (duas em Goiânia e duas no Distrito Federal) sendo investigados, além de seis ocorrências suspeitas que foram descartadas. Em abril de 2007 foram confirmados dois óbitos por febre amarela no município de Jataí. Segundo o secretário da Saúde de Goiás, no primeiro momento o foco do combate à febre amarela estava na vacinação, ou seja, orientar as pessoas que nunca tinham tomado a vacina ou que foram imunizadas há mais de dez anos a procurar os postos de saúde. Isso porque de 1999 a 2007 já foram distribuídas 6,8 milhões de doses para uma população de 5,8 milhões pessoas em Goiás, ou seja, a quantidade de doses foi suficiente para imunizar toda a população do Estado.
Ele explicou ainda que de 17 de dezembro de 2007 até 21 de janeiro, o Ministério da Saúde (MS) já distribuiu 3,4 milhões de doses para Goiás. O Estado é prioridade para o ministério na distribuição da vacina. Ele determinou que se tenha um maior rigor na hora de vacinar e evitar que pessoas sejam imunizadas em duplicidade. Cairo alertou: "Este é um cuidado médico, além de uma recomendação técnica e ética". Por isso, o secretário vai se reunir com representantes do Ministério Público Estadual e do Ministério Público Federal para esclarecer que a exigência do cartão de vacinação é uma norma técnica e uma maneira de proteger a própria população dos riscos de se vacinar desnecessariamente.
"O que percebemos hoje é que existe um alto índice de revacinação enquanto algumas pessoas que deveriam não se vacinaram", alertou o secretário. E disse ainda: "É importante destacar que a revacinação também pode levar a efeitos adversos, como os mais leves, que são dor no local da vacina, endurecimento do braço e urticária; e aos mais graves, que são febre, dores de cabeça e até choque anafilático. Já foram notificados alguns casos de efeitos adversos, mas que ainda não foram confirmados". O secretário anunciou também que a partir de hoje, será veiculada uma nova campanha de combate à febre amarela em rádios e TVs de Goiás. O combate ao mosquito Aedes aegypti é uma das maneiras de combater a febre amarela, além da dengue. "A população está tão preocupada com a febre amarela, porém se esquece da dengue, que não tem vacina, já está na zona urbana e também pode ser letal", alerta a Superintendente Executiva da SES-GO, Maria Lúcia Carnelosso. Por isso, o combate ao mosquito é tão importante. Uol.