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postado em 14 jan 2008 em Notícias

Exportações do agronegócio

Estudos preliminares indicam que o setor de agronegócios alcançou, no ano passado, um saldo superior a US$ 50 bilhões em seu comércio exterior, sendo mais uma vez o grande responsável pelo bom desempenho da balança comercial do País. É muito provável que também em 2008 o agronegócio tenha papel decisivo no desempenho da balança comercial brasileira, embora as empresas de consultoria já identifiquem alguns fatores que podem afetar o crescimento de suas exportações.   Um trabalho recém-concluído pelo Ministério da Agricultura pode tornar-se um instrumento eficaz para amenizar o efeito desses fatores negativos. Nesse trabalho, o Ministério avalia o desempenho dos principais mercados dos produtores agroindustriais do Brasil e aponta as prioridades que o País deve observar para ampliar suas vendas externas.   Segundo a consultoria Tendências, com exportações de US$ 61 bilhões e importações de US$ 8,7 bilhões, o superávit do agronegócio brasileiro ficou em US$ 52,3 bilhões, bem mais que o saldo de toda a balança comercial, que ficou em US$ 40,04 bilhões.   Entre 1994 e 2004, o agronegócio registrou continuamente saldos comerciais maiores do que o total da balança brasileira. A série foi interrompida em 2005 e 2006, quando seu superávit representou de 85% a 90% do superávit total. No ano passado, o saldo voltou a ser maior do que o da balança. Os bons preços dos principais produtos agroindustriais exportados pelo Brasil registrados em 2007 devem manter-se em 2008, embora não se esperem muitas altas expressivas.   Há exceções, como o óleo de soja, cujo preço deve subir por causa do aumento do uso do biodiesel e da redução da área plantada nos Estados Unidos. A produção e a exportação de café devem também registrar crescimento expressivo. No caso do complexo sucroalcooleiro, cujas exportações foram afetadas pela queda do preço do açúcar, espera-se a recomposição da cotação, o que leva as empresas de consultoria a projetar um aumento de até 8% na receita brasileira.   Na média, porém, o aumento das exportações totais do setor de agronegócio em 2008 deve ser menor do que o de 2007, interrompendo uma série de alta que se iniciou em 2005.   O que pode compensar esses fatores é uma atuação mais eficiente do Brasil, governo e setor exportador, nos mercados mais promissores. O estudo sugere que seja dada prioridade a regiões ou países cujas importações de produtos brasileiros apresentaram maior crescimento. São eles a União Européia, a China, a Europa Oriental e o Oriente Médio (16 países, mais Egito e Turquia). Esses países foram agrupados por semelhanças de hábitos de consumo ou por questões de logística de transporte.   A maior prioridade deve ser dada ao mercado europeu, cujas compras de produtos agroindustriais brasileiros cresceram 85% nos últimos seis anos. Em 2006, a União Européia importou US$ 14,35 bilhões do agronegócio brasileiro. Outro grande mercado é a China, cujas importações passaram de US$ 887 milhões em 2000 para US$ 4,6 bilhões em 2006. Uma região que surpreendeu os autores do estudo é a Europa Oriental, cujas compras passaram de US$ 600 milhões em 2000 para US$ 4 bilhões em 2006. As importações de produtos agroindustriais brasileiros pelos países do Oriente Médio aumentaram 342% nesse período. Mesmo tratado com desinteresse pelo governo do PT, o mercado americano aumentou suas importações do Brasil em 130%. O crescimento seria muito maior se os EUA tivessem merecido mais atenção.   O Ministério da Agricultura está preparando uma lista com a classificação dos principais mercados e dos produtos que mais importam do Brasil, acompanhada da lista de barreiras que impõem e de um estudo da evolução de seu nível de consumo e de qualidade de vida. Ao mesmo tempo, o governo identifica os problemas que impedem o crescimento de nossas exportações para mercados importantes, como o Japão (cujas importações de produtos brasileiros aumentaram apenas US$ 498 milhões em seis anos), a Coréia do Sul e a Arábia Saudita.   As conclusões desse trabalho serão oferecidas ao setor privado, que, com base nelas, poderá definir sua estratégia para a conquista de mercados ou a expansão daqueles que já detém.

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