Seguindo a programação preparada a pedagoga, especialista em educação sexual, Caroline Arcari, continua no tema violência, mas nesse momento, a ênfase, é para o abuso sexual. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde em 2009 o percentual de meninas abusadas era de 36%, enquanto que, os meninos 27%. Esse número vem crescendo devido à facilidade de comunicação na sociedade atual.
Desses registros 10% se encaixam em pedofila o restante são abusadores ocasionais, e que podem, estar dentro de casa. Essa foi uma das discussões com o grupo de professores do projeto “Contra Turno” da Secretaria de Juventude, Ciência e Tecnologia (Políticas Estratégicas). De acordo com Caroline o tema abuso sexual vem cercado de preconceito e falta informação para as pessoas. “Ainda é um assunto velado, existem muitos mitos. As campanhas sobre o assunto só começaram em 2010, então, estamos aqui hoje, para esclarecer esses detalhes”. Para ela o objetivo da palestra, os vídeos educativos, demonstrados aos professores é fornecer ferramentas para que eles possam identificar o abuso antes que ele se concretize. “Hoje a maioria das denúncias que nós temos é quando a relação já se concretizou e podemos interceder esse processo bem antes.” A pedagoga enfatiza que antes da relação sexual existe o contato físico, e a aproximação geralmente é lenta e sutil, nesse momento o profissional que lida com a criança tem condições de observar comportamentos e atitudes estranhas. Segundo Caroline a proposta é reconhecer essas atitudes e coibir o abuso antes que ele se concretize. “Já estou gostando do resultado durante as explicações os professores já registram casos que podem ser um indicio de suspeita, e é isso mesmo a proposta, mostrar que através da informação podemos interromper esse ciclo”. A pedagoga Eli Coelho Guimarães Carneiro que faz parte da equipe do projeto “Pró Jovem Urbano” contou que o curso é fundamental para que o professor possa exercer esse papel “A cada momento descobrimos uma maneira precisa de lidar com a criança e denunciar se for o caso, um possível abuso”. O professor de capoeira do projeto contra turno Junio César de Souza, que trabalha com uma média de 300 crianças por semana, ressaltou, que com o curso acabou descobrindo alguns comportamentos de seus alunos podem indicar o início de um abuso. “São detalhes que passavam despercebidos como a agressividade ou o isolamento”. Abuso sexual é tema central do segundo momento do curso na SEJUCIT A proposta é reconhecer essas atitudes e coibir o abuso antes que ele se concretize