Comemorado em 31 de maio, o Dia Mundial Sem Tabaco reforça a necessidade de combater o tabagismo, hábito que leva a cerca de cinco milhões de mortes anuais, segundo a Organização Mundial de Saúde. Em Rio Verde, inúmeras ações foram programadas para lembrar a data. Uma delas envolverá uma programação especial durante o encontro semanal do grupo que compõe o Programa de Combate ao Tabagismo no Município.
Na reunião desta quinta-feira, 31, a partir das 14 horas, no Cais, muitas surpresas aguardam os pacientes e os visitantes que quiserem conhecer mais sobre o programa. Além de palestra de conscientização sobre os malefícios que o cigarro traz à saúde, serão distribuídos boletins informativos sobre o tema, haverá sorteio de brindes e uma verdadeira festa está sendo preparada. O Programa - O município conta, há dois anos, com o Programa de Combate ao Tabagismo do Cais. Sob a responsabilidade da psicóloga e professora Milena Almeida Rodrigues e do médico cardiologista José Marques, o programa oferece tratamento gratuito a qualquer pessoa interessada em largar o vício e já contribuiu para melhorar a qualidade de vida de mais de 100 pessoas. O tratamento - De acordo com a coordenadora, o tratamento completo para a cura, já que ela considera o hábito de fumar uma doença mental, dura um ano. “Mas existem pessoas que abandonaram o cigarro na primeira sessão,” declarou Milena. Os encontros, que acontecem todas as quintas-feiras, no Cais, e reúnem por cerca de três horas pessoas de diferentes classes sociais, envolve três etapas: a psicoterapia em grupo; o atendimento individual e a terapia medicamentosa. Um prontuário é preenchido assim que o paciente inicia o tratamento e o acompanhamento é feito de perto pela psicóloga que, em alguns casos, chega a visitar o integrante do grupo em casa. Além disso, quem ingressa no programa recebe três mini-apostilas, que devem ser estudadas em casa. “O trabalho é árduo, mas é muito gratificante poder ver o resultado de tudo isso. Noventa por cento das pessoas que fumam não sabem por que o fazem. E nosso papel é justamente informar essas pessoas os fatores psicológicos que as levaram a adquirir o hábito de fumar, para que então, elas possam ganhar forças para abandoná-lo,” explica. Segundo ela, o índice de abstenção é muito baixo, de menos de 10%, enquanto o índice. Os resultados - Conforme ressalta Milena Almeida, o trabalho realizado com o grupo é bastante abrangente e envolve, inclusive, a família do fumante. Além disso, ela faz questão de enfatizar que cerca 70% do trabalho é feita através do tratamento psicológico, restando apenas 30% para o tratamento medicamentoso. As palestras são sempre muito proveitosas. E o resultado atinge patamares muito satisfatórios. Segundo Milena, mais de 80% das pessoas que cumprem corretamente o tratamento conseguem parar de fumar. “O nosso intuito é fazer com que as pessoas parem de fumar sem usar o medicamento, que entra só na última etapa do processo. Mas, em alguns casos, o remédio é importante, porque têm pessoas que sentem no organismo as reações da abstinência. Há quem engorde porque substitui o cigarro por algum tipo alimento. E é nessa hora que destacamos a importância da atividade física,” explica Milena Almeida Rodrigues. Ainda segundo a psicóloga, muitas pessoas que conseguiram abandonar o vício continuam frequentando as reuniões como forma de dar forças aos colegas que estão na mesma tentativa. “A gente cria um vínculo familiar muito forte. Há casos em que o paciente tem alta, mas não quer parar com o tratamento, até por medo de ter uma recaída. Aí ele continua conosco até sentir total segurança de que está curado.”