Produtores estão em alerta contra ferrugem asiática
Na região de Rio Verde, a safra começou com clima propício ao desenvolvimento da doença. Houve um período seco na semana de 12 a 18 de novembro, mas como voltou a chover, surgiram os primeiros focos. “A expectativa era de uma safra mais tranqüila, mas os focos começaram a surgir de uma só vez. Boa parte da área está em fase de florescimento e muitos agricultores já estão começando as aplicações preventivas”, relata o agrônomo Luis Henrique Carregal, da Universidade de Rio Verde (Fesurv). Segundo Carregal, a expectativa é que as aplicações no momento correto mantenham o inóculo baixo. “Mas são as condições climáticas que vão definir a evolução da doença. O mais importante é manter o agricultor informado e tentar evitar o pânico”, destaca. De acordo com o secretário de Agricultura, Paulo Martins, os produtores estão sendo orientados para fazer a coleta das folhas (soja), levá-las ao laboratório para que seja feita a análise. “Felizmente os produtores já estão bem conscientes com relação ao problema,e já sabem como agir. Assim teremos respostas bem mais rápidas”, destacou Martins.
Apenas em Chapadão do Céu o foco foi confirmado em uma lavoura comercial. A constatação dos focos foi realizada por equipes do CTPA, Agência Rural, Syngenta, Fesurv, Fundação Chapadão e Embrapa Soja, entidades integrantes do Consórcio Antiferrugem. “Apesar do número reduzido de unidades de alerta nesta safra sua importância é evidenciada nestes relatos e os produtores e técnicos dessas regiões devem redobrar ainda mais a atenção no monitoramento das lavouras”, destaca Cláudia Godoy, pesquisadora da Embrapa Soja.
Também foi confirmada a segunda ocorrência no estado do Paraná, no município de Formosa do Oeste, em planta voluntária. Nos últimos treze dias, o Sistema de Alerta registrou 16 focos de ferrugem. A doença está presente em municípios do Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Goiás.
Segundo a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, como este ano as chuvas favoreceram a instalação das lavouras mais cedo e houve um aumento no plantio de variedades precoces, “por isso, o número de relatos tende a ser crescente, uma vez que a doença ocorre com maior freqüência a partir de florescimento.
A maior eficiência do Sistema de Alerta, que permite aos laboratórios credenciados no consórcio Antiferrugem cadastrarem os focos diretamente no site, também contribui para um retrato mais fiel das ocorrências nas regiões. A orientação para os produtores é que intensifiquem o monitoramento próximo ao florescimento e realizem o controle da doença, a partir do florescimento, se já houver focos na região.
Na safra 2005/06, o Sistema de Alerta/Consórcio Antiferrugem registrou 1409 ocorrências de ferrugem. Desde o surgimento da doença no País, em 2001, já foram calculadas perdas (grãos + custo de controle + perda de arrecadação) equivalentes a mais de US$ 7,7 bilhões. Na safra passada, os principais fatores que contribuíram para a ocorrência da ferrugem foram: a alta pressão do fungo em função da soja cultivada na entressafra, a dificuldade de diagnóstico aos primeiros sintomas, a utilização de meia dose de fungicidas buscando economia nas aplicações e a falta de domínio das tecnologias de aplicação.