Os produtores rurais de Rio Verde e região decidiram hoje, pela manhã, em assembléia, realizada no salão de eventos do Sindicato Rural de Rio Verde, a intensificar as mobilizações feitas nas principais rodovias da região. O objetivo é exigir do Governo Federal um pacote de medidas que satisfaça as necessidades dos produtores rurais.
Eles decidiram que, além do estreitamento e o fechamento das rodovias durante o dia, também vão intensificar o fechamento de armazéns e indústrias evitando o transporte de grãos, permitindo apenas o fornecimento de farelos e rações para os produtores locais; a colocação de tratores e faixas nas portas das agências bancárias e o recrutamento de novas máquinas e produtores para intensificar o movimento Grito do Ipiranga. O Prefeito de Rio Verde, Paulo Roberto Cunha, que tem dado todo apoio ao movimento, fez duras críticas ao presidente Luís Inácio Lula da Silva, e destacou que “o pacote que ele (Lula) irá anunciar no próximo dia 25 será proporcional às nossas manifestações. Infelizmente esse Governo só reage à base da pressão. Quanto maior for o nosso movimento, nos próximos dias, mais esse pacote vai atender às nossas expectativas”. Além dessas decisões os produtores ainda estão iniciando uma conscientização, junto à sociedade, a respeito dos prejuízos que os outros setores da economia devem sofrer em função da crise na agricultura. Adesivos com os dizeres: “Crise no campo também me atinge”, estão sendo distribuídos junto com panfletos que explicam a cadeia produtiva nos setores da agricultura e no comércio, para que a população em geral possa não apenas entender os motivos dos produtores, mas como também, venha se juntar a eles. A mesma assembléia aprovou a criação de um quadro (Produtores na Moita) com os nomes dos produtores que estão escondidos e ainda não se juntaram à causa. Outro quadro com os nomes das empresas parceiras também deverá ser criado. Caso as medidas anunciadas pelo presidente Lula no próximo dia 25, não sejam satisfatórias já existe o entendimento de se fechar todas as rodovias que dão acesso ao porto de São Simão. Outra medida seria a realização do Dia da Dispensa. Um dia em que os agricultores iriam enxugar os gastos e dispensar entre 40 e 50 mil trabalhadores rurais em um único dia. Forçando-os a procurarem o seguro desemprego. Uma medida ainda mais polêmica foi cogitada e será estuda após o dia 25 se os agricultores sentirem necessidade. A idéia seria a realização do protesto: Plantio Zero, ou seja, os produtores deverão cruzar os braços e deixar o País sem lavoura para 2007. “Vamos mostrar para o Brasil que eles precisam de nós”, destacou o presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Bayron Araújo. Segundo ele, não adianta continuar no segmento agrícola se a política para este setor não for definida. O secretário de Agricultura e Meio Ambiente, de Rio Verde, Paulo Martins, lembrou que os agricultores e pecuaristas hoje são responsáveis por 40% da economia do País. “É claro que um setor com esse índice necessita de um tratamento a essa mesma altura”, frisou. Ações Unificadas Um grupo representando o movimento de Rio Verde participa hoje, às 14 horas, na Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), em Goiânia, de uma reunião com o Comando Geral do manifesto “Grito do Ipiranga” no Estado de Goiás. Eles vão levar as propostas dos agricultores de Rio Verde e a informar sobre a situação do manifesto na região. Essa reunião tem o objetivo de planejar uma ação unificada em todo o Estado, visando maior efeito do manifesto.