O prefeito Juraci Martins, decretou nessa sexta-feira, 29, luto oficial em Rio Verde por sete dias. A medida tem como fundamento a morte no dia de hoje do ex-governador goiano Mauro Borges Teixeira que era nascido em Rio Verde. A partir da emissão do decreto todas as bandeiras (nacional, estadual e municipal) das repartições públicas da cidade deverão estar hasteadas a meio mastro como forma de homenagem a perda.
Juraci destacou o brilhantismo de Mauro Borges sendo um dos rio-verdenses mais ilustres do século 20, tendo escrito a história de Goiás com muita galhardia e sabedoria. “Consiste em uma perda irreparável para todo o nosso estado, nos rio-verdenses temos orgulho em saber que um gigante da política goiana como Mauro nasceu e cresceu em Rio Verde, expressamos a todos os seus familiares os mais profundos votos de condolências”, disse.
Mauro Borges morreu na manhã dessa sexta-feira, 29, em Goiânia com 93 anos de idade, estava internado desde o último dia 16 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Anis Rassi onde deu entrada com início de pneumonia. Mauro estava respirando com a ajuda de aparelhos e morreu após falência múltipla de órgãos. Há cinco anos, ele foi diagnosticado com o mal de Alzheimer.
Quem foi Mauro Borges Teixeira?
Mauro Borges Teixeira nasceu em Rio Verde em 15 de fevereiro de 1920, filho do médico e ex-governador de Goiás Pedro Ludovico Teixeira, fundador de Goiânia e Gercina Borges Teixeira.
Foi militar do Exército Brasileiro, cursando a Escola Militar do Realengo e a Escola de Comando do Estado. Atingiu o posto na hierarquia militar de Tenente-Coronel, sendo promovido a Coronel quando foi para a Reserva. Começou sua carreira política em 1958, quando se candidatou a deputado federal. Dois anos depois foi eleito governador de Goiás, assumindo em 1961. Porém, foi deposto do cargo em 1964, pelo ato de intervenção em Goiás em consequência do golpe militar no Brasil. Mauro Borges foi preso no Rio Grande do Sul, em 1966, e teve os direitos políticos cassados.
A anistia veio em agosto de 1979, quando o político foi eleito presidente regional do então Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que mais tarde se tornaria o Partido Movimento Democratico Brasileiro (PMDB). Em 1982, elegeu-se senador pelo PMDB e, em 1990, deputado federal pelo Partido Democrata Cristão (PDC). Mauro Borges abandonou a política no término de seu mandato como deputado.
Governo
Em quanto governador foi montada uma administração ágil e operante, criou os concursos públicos, onde os funcionários públicos eram contratados pelos seus méritos, esse foi um de seus grandes feitos, pois tudo funcionava e bem. Criou o Consórcio Rodoviário, um fundo de reservas financeiras para viabilizar as construções de estradas, com isso viabilizou a construção de 11000 km de estradas.
Mauro Borges integrou Goiás no cenário econômico nacional, promovendo o crescimento das fronteiras econômicas por meio da retomada da Marcha para o Oeste e a implantação de uma reforma agrária que teve como o modelo oskibutz de Israel, organizado a partir da produção cooperativa. Além do Plano MB, como era chamado seu projeto para integrar o estado no cenário econômico nacional, Mauro Borges realizou também a conclusão do Aeroporto Santa Genoveva, da Usina Rochedo, da Usina de Cachoeira Dourada e a ampliação e reestruturação da CELG entre outras diversas instituições que foram criadas durante seu governo.
Campanha da Legalidade
Participou ativamente da Campanha da Legalidade em 1961, juntamente com o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. Pelo apoio prestado aos legalistas recebeu o título de cidadão gaúcho, após a posse do presidente João Goulart.
O movimento tinha por fim defender a posse do vice-presidente João Goulart, tendo em vista a renúncia do então presidente, Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961. Alguns militares de alta patente e parte da sociedade brasileira eram contra a posse de Jango por considerá-lo aliado dos comunistas. Na ocasião da renúncia de Jânio, o seu vice estava em visita oficial à China, país comunista, fato que reforçou a tese dos favoráveis ao golpe.
O apoio de Mauro Boges chegou a transformar o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, em um quartel-general dos legalistas, utilizando a Rádio Brasil Central como difusora do movimento, na chamada rede da legalidade. Tal posicionamento criou atritos com as Forças Armadas, que mandou aviões da FAB sobrevoarem a capital goiana como forma de intimidação, a ameaça da invasão de Goiânia pelos militares chegou a causar pavor na população , tendo o governador cogitado armar a mesma para resistir.
Rio-Vendense, Mauro Borges morre aos 93 anos