Já está quase tudo pronto para o I Seminário Goiano de Comercialização de Frutas no Estado de Goiás. Realizado pela secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (SEAGRO), pela Federação da Agricultura e Pecuária e Goiás (FAEG) e parceiros, o evento acontece amanhã e sexta-feira (22 e 23 de novembro), no Auditório da SEAGRO, das 08 às 18 horas. Cerca de 200 pessoas, entre produtores, técnicos dos setores público e privado, comerciantes e consumidores de todo Estado devem participar.
O evento vai contar com as presenças do chefe de Gabinete da SEAGRO, Paulo Martins, representando o secretário estadual de Agricultura, Leonardo Veloso, o superintendente executivo da secretaria, Luiz Becker Karst, além de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Associação das Donas de Casas e demais autoridades ligadas ao setor de frutas.
O seminário vai discutir o sistema de comercialização, classificação, padronização barreiras fitossanitárias, balança comercial, comércio exterior e aspectos físicos da comercialização de frutas em Goiás. Haverá realização de palestras, debates e ao final do evento será formulado documento com o resultado das discussões feitas nos dois dias.
Dados da Faeg apontam que mercado potencial de fruticultura goiano no âmbito das Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa) é de R$ 440 milhões ao ano, e no âmbito dos supermercados é de R$ 180 milhões/ano. Em um ambiente favorável e diversificado nas atividades agrícolas, a citricultura ocupa lugar de destaque no estado de Goiás, com uma área plantada de 8.000 hectares. O estado de São Paulo representa sozinho 50% do mercado nacional de fruticultura. A fruticultura brasileira é uma das maiores do mundo. O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, com 39 milhões de toneladas/ano.
O Estado de Goiás possui um grande potencial não só na produção de frutas cultivadas como também na produção de frutas típicas do Cerrado, que vem despontando como uma grande alternativa industrial que virá a atender um mercado cada vez mais interessado em produtos com estas características de sabor diferenciado e preservação ambiental.
O potencial para produção de frutas cultivadas, não só para a fruticultura tropical mas também para a fruticultura sub-tropical, se deve às condições de disponibilidade e qualidade do solo, como também disponibilidade de água, clima favorável e estações do ano definidas.
O setor ocupa no País uma área de 3 milhões de hectares, gera 5,6 milhões de empregos (27% do total da mão de obra agrícola no Brasil) e gera um PIB de U$$ 5,8 bilhões de dólares. O Brasil é responsável por 40% da produção das frutas tropicais do planeta. O primeiro pais colocado em produção mundial é a China, com 154 milhões de toneladas. Em segundo lugar está a Índia, com 54 milhões de toneladas. E em terceiro o Brasil, com 40 milhões de toneladas de frutas in natura, segundo dados do IBGE.
Na última década a produção de frutas alcançou um crescimento de 40% passando de 29 milhões de toneladas para 40 milhões de toneladas. O Brasil destina 1,6% de sua produção de frutas in natura para o mercado externo e ocupa atualmente o 20º lugar entre os países exportadores.
Mercado externo - Os 10 maiores exportadores mundiais de frutas em 2000 foram em ordem decrescente: EUA, Espanha, Itália, Bélgica/Luxemburgo, Chile, Equador, França, Costa Rica, Holanda e África do Sul. Isso comprova que o nosso vizinho Chile está na quinta posição no ranking dos exportadores mundiais de fruta. Como um país das dimensões do Chile, de território acidentado, que representa somente 5% do PIB brasileiro, e que boa parte do ano permanece congelado, pode ter divisas com exportações de frutas maiores que U$$ 2 bilhões/ano, enquanto que aqui temos somente U$$ 472 milhões?
A explicação disto tudo é cultura exportadora, grandes multinacionais que se instalaram no país a partir dos anos 70 e acordos comercias estratégicos com vários países do globo, entre eles com o Nafta (Tratado de Livre Comercio) e a União Européia (Acordo de Associação Econômica). Com isso, a pauta de exportações de frutas chilenas tem como destino principal os EUA, com 45%, e 30% a Europa. As exportações de frutas brasileiras estão concentradas na Europa, sendo a origem de 76% das nossas exportações, sendo que os EUA só representam 5%.
O grande problema de se exportar fruta para o mercado americano são as barreiras sanitárias e tarifárias. Mesmo assim as exportações de melão a América do Norte cresceram 100% ao ano nos últimos três anos. Os mercados de fruticultura americano, asiático e árabe de frutas têm grande potencial a longo prazo e é onde estão sendo direcionadas muitas campanhas de marketing da fruta brasileira.
O volume de exportações de frutas cresceu 14% no primeiro semestre de 2007 e entre o ano de 1997 e 2007 apresentou um crescimento nas exportações de 20% ao ano, sendo um dos setores da economia que mais cresceram no Brasil no período. Em 1970, o Brasil produzia 11,5 milhões de toneladas de frutas, em 2006 produziu 39 milhões de toneladas.
A meta do Instituto Brasileiro de Frutas (IBRAF) é que o Brasil atinja em 2010, U$$ 1 bilhão em exportações de frutas, esse dado pode ser muito otimista, mas nos próximos 10 anos o Brasil se posicionará entre os 10 maiores exportadores do mundo.
O grande desafio a ser atingido é o baixo consumo per capita de frutas no Brasil, que é de 57 kg de frutas/ano, enquanto que o preconizado pela Organização Mundial de Comércio é de 80 kg/ano e países desenvolvidos como a Itália consomem 120 kg/ano.
Muitas frutas tropicais são caso de sucesso do Brasil no mercado mundial, por exemplo:
Mamão – O Brasil domina 78% do mercado europeu, domina 30% do mercado mundial e é o segundo maior exportados da fruta.
Manga - O Brasil domina 30% do mercado mundial e é o maior exportador da fruta para Europa.
Uva – O Brasil é o único pais a produzir a fruta em região semi-árida do mundo.
Programação - I Seminário Goiano de Comercialização de Frutas no Estado de Goiás
22/11/2007 (Quinta-feira) | |
08:00 09:00 |
Inscrição e Café da Manhã |
09:00 10:00 |
Abertura |
10:00 10:50 |
Sistema de Comercialização de frutas: Atacado (CEASA - Josué Siqueira) |
11:00 11:50 |
Sistema de Comercialização de frutas: Varejo (AGOS) |
11:50 12:20 |
Debate |
12:20 14:00 |
Almoço |
14:00 14:30 |
Sistema de Comercialização de frutas: O Consumidor (Associação das Donas de Casa - Srª. Maria das Graças Santos) |
15:00 15:50 |
Processo de Certificação na Comercialização de Frutas (BVQI - Sr. José Carlos de Oliveira) |
15:50 16:10 |
Intervalo (Coffe Break) |
16:10 17:00 |
Barreiras Santárias/Requisitos Fitossanitárias para exportação de frutas (MAPA) |
17:00 17:30 |
Debate |
17:30 | Encerramento |
23/11/2007 (Sexta-feira) | |
08:00 08:30 |
Café da Manhã |
08:30 09:20 |
Balança Comercial e Comércio Exterior (SECOMEX - Sr. Ovídio de Ângelis) |
09:30 10:20 |
Aspectos Fiscais (SEFAZ - Sr. Lidilone Polizeli Bento) |
10:30 11:20 |
Fortalecimento da Marca (ABAP - Sr. Marco Antônio Chuahy) |
11:20 12:00 |
Debate |
12:00 14:00 |
Almoço |
14:00 14:40 |
Perspectiva de Intercâmbio de Comercialização (CONAB) |
15:00 15:50 |
Central de Comercialização (SEBRAE) |
16:00 16:30 |
Debate |
16:30 16:50 |
Intervalo (Coffe Break) |
16:50 17:00 |
Encerramento |
17:00 18:00 |
Reunião fechada - Elaboração de Documento - Coordenação SEPLAN |
Fonte: ASCOM SEAGRO/IBGE/Faeg