Garantir a discussão entre todos os setores para viabilizar a sustentabilidade do agronegócio da cana-de-açucar. Assim resumiu o secretário estadual da Agricultura, Leonardo Veloso, durante a oficina de estudos de implementação e desenvolvimento da cultura de cana-se-açúcar que está sendo promovida pela Federação da Agricultura do Estado de Goiás – FAEG.
Durante os trabalhos, o economista Jorge Nogueira, do Rio de Janeiro, apresentou detalhes de pesquisas recentes sobre a agro-indústria da cana-de-açúcar. Segundo ele, a produção agro-industrial da cana-de-açúcar está concentrada, especialmente nos estados de Alagoas, Paraná e São Paulo.
Dados de 2005 do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/NC), apontam que no Centro-Oeste, Goiás destaca-se pelo crescimento em 81% da área plantada com cana entre as safras 1999/00 e 2003/2004, representando 6,6% da produção canavieira do Brasil na última safra, alcançando a mesma expressão paranaense e alagoana. São Paulo produz 58% da cana, 59% de açúcar e 61% do álcool total brasileiro. Em seguida, aparece Paraná, com 8% da produção nacional de cana-de-açúcar, 8,3% de álcool e 7,55% de açúcar. Alagoas é responsável por 8,7% da cana produzida no País, 4,9% do álcool e 10% do açúcar. Planejamento do IEL/NC (2005) prevê a instalação de mais 34 destilarias em Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso até 2009, evidenciando a intenção de impulsionar o desenvolvimento da cultura na região central do País.
O presidente do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool, Igor Montenegro está otimista. De acordo com o presidente, em Goiás a área ocupada hoje pelo cultivo da cana-de-açúcar corresponde a 0,8% do território destinado a agricultura e pecuária. A soja ocupa 6,8%, o milho 1,9% e 1,5% são destinados a outras culturas. Igor ressaltou que 57% do território goiano é ocupado por pastagens, o que para ele, poderia ser negociado. Igor Montenegro destacou a importância do impulso econômico da cana-de-açucar. “Temos exemplos em São Paulo, de municípios que sobrevivem do cultivo da cana-de-açúcar. Somos responsáveis pela geração de mais de dois milhões de empregos diretos e indiretos. Somos um mercado promissor, trazemos divisas e geramos renda para os municípios”, concluiu.
Dados que foram contestados pelo prefeito de Rio Verde, Paulo Roberto Cunha. Ele foi enfático ao afirmar que a cultura da cana-de-açúcar é importante, mas precisa ser percebida de forma ampla, lembrando a sustentabilidade. “Já acompanhei o advento de várias culturas, e também já percebi que várias delas cederam lugar para o cultivo da cana-de-açúcar. Em contrapartida, lembro que nunca vi a cana-de-açúcar ceder espaço para outra cultura. Isso é preocupante. Tem que expandir, porém, ordenadamente”, concluiu. A opinião do prefeito Paulo Roberto Cunha foi elogiada pelo expositor, o economista Jorge Nogueira, que enfatizou a importância da organização dos municípios para o assunto.
A oficina de estudos de implementação e desenvolvimento da cultura de cana-se-açúcar continua hoje até as 18 horas.
Confira abaixo a programação:
Dia 13/04 (sexta-feira – 2º dia) Painel II – Institucionalidade e aspectos legais
- 08h - Direitos e obrigações do produtor 10h - Institucionalidade das relações produtor/indústria
- 12h - Almoço
- 14h - Direitos e obrigações do produtor
- 16h - Contribuições finais para formulação do documento: “Bases para discussão”
- 18h - Encerramento