O Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Goiás (Conesan/GO) apresenta amanhã (06/12), às 08 horas, na secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seagro), as propostas e ações definidas em reuniões anteriores para formulação do Plano de Infra-estrutura do Conselho e do documento final: “Propostas e Ações de Segurança Alimentar e Nutricional de Goiás”. As questões serão apreciadas pelo secretário Leonardo Veloso, conselheiros e demais participantes e depois enviadas para aprovação do governador Alcides Rodrigues.
Uma das idéias, segundo o secretário-executivo do Conesan-GO, Nirlan Arruda de Abreu, é futuramente constituir conselhos municipais e fortalecer os que já existem. “Queremos constituir órgãos de proposições, de discussões de idéias, planos de trabalho, para depois termos um órgão executor”. Ele está otimista com a reunião e a continuidade do processo, visto o sucesso da Semana Mundial de Alimentação, ocorrida em outubro desse ano. “O interesse pela alimentação está crescendo cada dia mais, o número de vagas nas universidades para os cursos que envolvem o tema está aumentando. A população está preocupada com a saúde e sabe que uma alimentação saudável pode prevenir doenças”.
O Conesan, criado pelo Decreto Estadual nº 5997/2004, dá suporte aos Programas Lavoura, Horta Comunitária e demais projetos desenvolvidos pela Seagro. O documento final contém as discussões fruto das Conferências Estadual e Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada nos meses de abril e julho desse ano. O documento tem por objetivo contribuir e promover ações conjuntas de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional às famílias de baixa renda, garantindo a inclusão social delas ao atendimento básico à alimentação adequada, com qualidade e em quantidade suficiente.
Estarão presentes os conselheiros, o presidente do Conesan, Pedro Monteiro Torres Neto, e demais participantes interessados na área.
As propostas se baseiam em quatro eixos: questões institucionais (eixo 01), produção (eixo 02), saúde (eixo 03) e acesso (eixo 04). Confira os principais pontos:
Eixo 01:
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Estimular a criação de Conselhos Municipais de Segurança Alimentar e Nutricional (Comseas) nos locais que ainda não possuem;
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Reforçar a atuação daqueles que existem;
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Criar mecanismos que possam exigir dos governos federais, estaduais e municipais, com promoção de programas sociais de ações integradas, que apontem saída do Estado de exclusão e vulnerabilidade, na busca de emprego e renda, quer seja urbano ou rural, com reforma agrária, aproveitando os sistemas de hortas e lavouras comunitárias, cooperativas de reciclagem de lixo, artesanato, dentre outros;
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Criar uma lei de preservação do cerrado e encaminhar ao governo estadual.
Eixo 02:
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Educação e fortalecimento da agricultura familiar, enfocando a diversificação de culturas e mecanização das pequenas propriedades;
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Criar incentivos da agricultura orgânica;
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Canalização de parte da produção dos assentamentos para composição das cestas básicas que os acampados da reforma agrária recebem;
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Implantar educação nutricional nas escolas com incentivo ao reaproveitamento dos alimentos;
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Fortalecer o programa de sementes criolas;
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Educação continuada de técnicos do Programa Saúde da Família, formando uma equipe multidisciplinar, para melhor conscientização da família.
Eixo 03:
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Disponibilização de equipamentos para facilitar o trabalho das pessoas físicas com baixa renda;
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Apoio aos pequenos produtores para beneficiamento da sua produção, com destaque para produção de leite e seus derivados e compra pelo governo (Conab) para utilização na alimentação escolar;
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Implementação de programas de reciclagem de lixo para geração de renda;
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Capacitação de jovens para produção de alimentos orgânicos a serem comercializados em feiras, em parceria com inciativa pública e privada;
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Utilização de subprodutos do Ceasa para geração de renda (alimentos processados);
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Criar e incentivar centros de comercialização de economia solidária (projeto do governo federal).
Eixo 04:
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Realizar trabalho de educação alimentar e nutricional, envolvendo as famílias das diversas etnias e grupos etários em Organizações não Governamentais (ONGs) e escolas como processo educativo e nos eventos de promoção de saúde, a exemplo da Semana Mundial de Alimentação;
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Capacitar os profissionais que atuam nas entidades públicas e privadas ligadas à segurança alimentar e nutricional, de forma especial os agentes do PSF, que têm contato direto com as famílias;
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Criação de um programa de segurança alimentar e nutricional para o desenvolvimento de ações educativas da população sobre acondicionamento e desperdício de alimentos, sendo um pré-requisito aos beneficiados por programas de doação de alimentos e outros benefícios sociais, a freqüência nestas atividades;
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Propor envolvimento das universidades públicas e privadas que trabalham com cursos da área de nutrição, gastronomia, agronomia, dentre outros, sugerindo uma extensão universitária.
Fonte: Ascom Seagro