Em entrevista coletiva realizada na tarde de ontem, 31, na Secretaria de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAGRO), o secretário estadual
de Agricultura, Leonardo Veloso, em nome dos demais órgãos do setor
público (Agrodefesa, Superintendência Federal da Agricultura em Goiás
etc) relacionados à polêmica da qualidade do leite no Estado afirmou
que os problemas apontados nos últimos dias são pontuais e passíveis
de saneamento.
Dentre as medidas a serem tomadas a partir de agora estão: realização
de concurso público para a contratação de cerca de 350 fiscais
agropecuários para a Agrodefesa (já autorizado pelo governador Alcides
Rodrigues e previsão para início do próximo ano), aumento do número de
amostras a serem fiscalizadas (não foi precisada a quantia),
intensificação na fiscalização e maior sinergia de atuação entre
Agrodefesa, Mapa e Vigilância Sanitária estadual e municipal.
"As ações serão realizadas em conjunto e haverá maior troca de
informações. O trabalho de fiscalização já acontece. Não é preciso
haver mudanças e sim aprimoramento do que existe e que está sendo
feito. Nós queremos é que a população fiquei segura para consumir o
leite goiano", afirma o secretário.
Os problemas identificados nos 18 laticínios no Estado, segundo o
superintendente Federal da Agricultura em Goiás, Helvécio Magalhães,
representam pequena parcela em relação ao número total de
estabelecimentos no Estado, que hoje conta com 172 laticínios.
Helvécio afirma que houve excesso na polêmica criada em torno da
qualidade do leite, opinião compartilhada pelo secretário estadual de
Agricultura, em nome de todos os órgãos do setor público. "Penso que
houve excessos sim na divulgação das informações. Mesmo porque na
reunião realizada na manhã de hoje na SEAGRO, o representante do
Laboratório da Qualidade do Leite da UFG afirmou que o nosso leite é
um dos melhores do País".
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) possui,
em Goiás, nove fiscais habilitados para realizar a fiscalização do
leite, sendo que a partir de agora serão formadas equipes de
fiscalização. Por lei, essa fiscalização deve acontecer de seis em
seis meses, mas aqui é realizada a cada dois meses. O trabalho é feito
por amostragem, assim como acontece no resto do País e do mundo,
segundo Helvécio.
Ele ressalta que a qualidade, primeiramente, é de responsabilidade de
quem produz. "Nós analisamos o processamento, as condições higiênicas
dos locais e se houver denúncia coletamos as amostras para análise". O
superintendente afirma que a população está inquieta com informações
divulgadas de forma errônea, pois o leite de Goiás é um dos melhores
do País, "se não for o melhor".
O diretor executivo do Sindileite, Alfredo Correia, concorda que o
leite em Goiás é de ótima qualidade e que o sindicato está em busca
dos responsáveis, em parceria com Procon e Vigilância Sanitária.
O secretário estadual de Saúde, Cairo de Freitas, diz que não houve
nenhuma internação provocada pelos efeitos do leite. Ele acrescenta
que, na verdade, a sociedade está confundindo se pode ou não beber
leite. "Puxamos para Goiás uma fraude econômica de Minas Gerais e que
não serve para o Estado. O problema que a qualidade do leite possa ter
não interfere na saúde pública".
O responsável pelo Laboratório da Qualidade do Leite da UFG, Alberones
José de Mesquita, foi procurado, mas não compareceu à coletiva.